História da Câmara Municipal

por Interlegis — última modificação 19/02/2021 16h43
No Brasil, Câmara Municipal, Câmara de Vereadores ou Câmara Legislativa é Órgão legislativo da administração dos municípios, configurando-se como a Assembleia de representantes dos cidadãos ali presentes.

A história da formação de Bom Despacho iniciou-se na ponte do Lambari, alongando-se para oeste, até atingir as nascentes do Picão, daí em diante, à fazenda da Piraguara e ao Rio São Francisco.

No início da segunda metade do séc. XVII cessada a febre do ouro e com as minas quase já sem exploração, ocorreu uma decadência de Pitangui assim como toda a Capitania.

Muitos dos que viviam nessa região partiram para a região entre os rios Lambari e São Francisco em busca de subsistência por meios de outras atividades econômicas, merece destacar que na mencionada área ocorreram formações de quilombos, mas logo foram liquidados. Tais áreas conquistadas foram distribuídas em sesmarias, resultando na formação das primeiras fazendas de criação de gado.

A partir de 1770, o Capitão Francisco de Sá é mencionado como o primeiro criador de gado, na condição de proprietário da fazenda do Picão. Daí em diante intensificou-se o processo de ocupação, com o surgimento de novas fazendas, estendendo-se até o final do século. Aproximadamente nesse época foi erguida uma capela que tornou-se centro polarizador. Com o decorrer dos anos ficou rodeada de outras construções, como casas, ranchos, e vendas favorecendo a formação do Arraial da Nossa Senhora do Bom Despacho.

Existem controvérsias a respeito do nome do município. Uma vertente o atribui à devoção do fundador da capela , Luiz Ribeiro da Silva, que como outros portugueses povoadores do oeste mineiro, era procedente da Província do Minho, norte de Portugal, onde era fervoroso o culto a Nossa Senhora do Bom Despacho. Outra corrente afirma que a denominação surgiu na ocasião de uma seca prolongada, ocorrida entre 1767 e 1770, penalizando pessoas, animais e lavouras. Então os devotos de Nossa Senhora do Bom Despacho fizeram súplicas e orações pedindo chuva. Certos de que suas preces foram ouvidas, pois a chuva não demorou chegar, ergueram a capela em honra à Santa. Foi em 1801 e 1831, que o arraial começou a desenvolver seu potencial.

A principal atividade econômica era criação de gado, secundada pela produção de rapadura e aguardente, bem como as culturas de arroz, milho, mandioca e algodão. Em 1812, o arraial constituído ao redor da Capela de Bom Despacho, através da carta régia, atingiu a condição de instituição civil.

Com a aquisição de contornos urbanos, resultante do desenvolvimento do comércio e do setor produtivo local, a comunidade requereu inutilmente, durante anos, a elevação do arraial à categoria de Vila.

O município só foi criado em 1911, em 30 de agosto, que o desmembrou de Santo Antônio do Monte. A Vila foi efetivamente instalada em 1º de junho de 1912, contando com dois distritos: Bom Despacho e Engenho do Ribeiro.

 

CÂMARA MUNICIPAL, A HISTÓRIA DE SUA VIDA

Após ser desmembrado de Santo Antônio do Monte, criou-se a vila, em seu território moravam aproximadamente  2.000 habitantes na zona urbana, porém, a grande maioria da população encontrava-se na zona rural, alguns chegam a afirmar a existência de cerca de 14 mil moradores.

Na noite de 31 de maio de 1.912 houve iluminação geral da vila. Passeata com fogos de artifícios e música. Numerosos oradores se manifestaram em salões e praças públicas. Na madrugada de 1º de junho, explodiu a salva de 21 tiros, despertando toda a população. Procedeu-se nesse dia à instalação da Câmara Municipal.

Estava sacramentada a criação de mais um novo município de Minas Gerais: o município de Bom Despacho. Em seu discurso o vigário e vereador Padre Del Duca, com entusiasmo e civismo, assim encerrou suas palavras: "Parabéns à frutuosa Vila de Bom Despacho, que brevemente será a princesa sertaneja. Parabéns cidadãos bom-despachenses: hoje cingistes a palma do triunfo pelo lado nobre da legalidade."

Texto de Tadeu de Araújo Teixeira, com adaptação de Rodrigo Pereira, tendo como base de estudo as obras  "História de Bom Despacho", Laércio Rodrigues; "Origens de Bom Despacho",Orlando Ferreira de Freitas.